domingo, 22 de março de 2015

A verdadeira história por trás de Psicose

Diretor Hitchcock durante as filmagens de Psicose

Antes de começar, preciso fazer uma confissão: nunca havia assistido Psicose. E, me parece absurdo, alguém que gosta de terror, demorar tanto a ver uma obra tão importante. Mas, tenho um sério problema com esse tipo de filme. “Esse”, leia-se sucessos absolutos que, mesmo que você não tenha assistido, sente que já sabe da história. Fala-se em Psicose, e na mesma hora você já pensa na famosa e icônica cena do chuveiro. Mas, o filme é muito mais do que isso.

Outra coisa que me despertou interesse, foi o fato de que o filme havia sido inspirado em um dos serial killers mais interessantes que já foram estudados. Edward Theodore Gein, ou simplesmente Ed Gein. Já havia feito um post sobre ele aqui, falando de todos os personagens de filmes baseados nele, mas, ao assistir Psicose eu sabia que o assunto renderia mais.

Serial Killer Ed Gein

O fato de morarem em regiões isoladas tendo como quase único contato “humano” a mãe, fez com que Eddie e o personagem Norman desenvolvessem uma estranha relação com o sexo oposto, sendo muito tímidos, ao mesmo tempo em que sentiam uma imensa atração e curiosidade sobre o corpo feminino.


Atenção: se você não assistiu e não quer saber de pontos importantes da história, pare aqui mesmo!

Logo no início do filme somos apresentados a Marion Crane e seu complicado caso amoroso com Sam Loomis. Os dois se encontram as escondidas durante o horário de almoço de Marion, em um hotel da cidade. Para a época, aquele era um relacionamento errado e escandaloso. Sabemos também que, Marion não é a pessoa mais pontual em seu trabalho. Ou seja, o terreno já estava sendo preparado para que você perceba que ela não é uma mulher “correta” e não estranhar o fato dela resolver fugir com R$40 mil dólares de seu chefe.
Cena do hotel
Até aí, apenas parte do enredo para nos levar ao clímax do filme.

Durante a fuga, Marion se perde e acaba em um hotel mais afastado da rodovia, o Bates Motel, no qual ela é recebida por um jovem prestativo chamado Norman Bates, que logo a convida para jantar em sua casa. Porém, após escutar uma discussão entre mãe e filho sobre o convite, os dois acabam jantando em uma sala do hotel.

Durante a conversa, percebemos que Norman tem uma relação conturbada com sua mãe, ao mesmo tempo em que a defende e demonstra uma certa dependência emocional. Ele também tem como distração a taxidermia - empalhamento de animais - que, para alguns, pode parecer assustador.

Norman Bates e sua paixão por taxidermia
A mãe de Eddie, Augusta, gostava de deixar seus filhos isolados, pois assim os manteria a salvo dos pecadores e das más influências femininas. Assim, eles não corriam o risco de serem afetados pela maldade humana. Eddie admirava sua mãe acima de tudo, considerando-a perfeita e isenta de pecados.

No filme, vemos Norman observando Marion enquanto ela vai tomar banho. Já Eddie, se dedicava aos “estudos” da anatomia feminina em livros e revistas.

Vamos pular aos pontos principais. Próximo ao fim do filme, tem-se a grande revelação de que a mãe de Norman estava morta há muito tempo, e que ele ainda mantinha seu corpo em casa, conversando e deslocando-a pelos cômodos, como se nada tivesse acontecido. O filho também se transvestia como a mãe, usando suas roupas e imitando seu jeito de falar. Foi com essa “caracterização” que ele matou Marion e o detetive.
Corpo da mãe de Norman

Eddie também guardou o corpo de sua mãe, e mantinha seu quarto e pertences intactos desde sua morte. Porém, sua maneira de se transvestir era muito mais complexa.

Eddie pegava o jornal do dia e lia com atenção a sessão de obituários, escolhendo com cautela que corpo “fresco” de mulher desenterraria. Levava os corpos pra casa, dissecava-os e guardava algumas partes. Porém, logo sentiu necessidade de ver como eram os corpos logo após a morte e, assim, passou a matar para satisfazer seus desejos.

Os corpos costumavam ser de mulheres com a idade próxima da sua mãe quando morreu. Retirava a pele dos corpos que roubava e a costurava “roupas”, vestindo-as em um estranho ritual que o fazia sentir-se mulher. Com as outras partes, fez todo tipo de objeto, como:

Uma poltrona feita de pele humana;
Um cinto feito de mamilos;
Um terno masculino feito de pele humana;
Nove máscaras mortuárias feitas com faces de mulheres mortas;
Potes feitos com crânios;

Coleção de Ed Gein
Busto feminino e pedaços de crânios

Além disso, Eddie mantinha uma caixa com 9 órgãos femininos (vulvas), sendo o de sua mãe pintado de cor prata.

Existe uma grande diferença entre os dois: o tipo de atração pelo sexo feminino. Eddie queria ser uma mulher. Por isso, usava tantas partes do corpo feminino em suas estranhas vestimentas. Já Norman, tinha atração sexual, como foi demonstrado em seu interesse por Marion. Porém, essa atração logo se transformava em culpa e remorso.

A arma usada pelos dois também é diferente e carregada de simbologias. Enquanto Eddie usava uma pistola calibre 32, mantendo certa distância de sua vítima, Norman usava uma faca: que, para muitos psicólogos, simboliza o próprio ato sexual, com a penetração de um objeto na vítima. O que faria perfeito sentido com o tipo de ideologia de cada um.


Cena do assassinato de Marion: sexualidade exacerbada

Apesar das diferenças entre os objetivos e modus operandi de cada um, é extremamente interessante ver como o filme foi inspirado na história de Eddie. Juntamente com as outras obras, como o Silêncio dos Inocentes e O Massacre da Serra Elétrica, é possível ter uma ideia de como o famoso assassino agia.

sexta-feira, 20 de março de 2015

[Pôsters] Psicose


Se você gosta de pôsters de filmes, vai adorar todos esses da obra de  Hitchcock! Ilustrando o filme Psicose (Psycho), lançado em  1960 e imortal por sua contribuição para o gênero horror, na internet você encontra os pôster originais do filme, além de diversas releituras, em sua maioria minimalistas.

O clássico conta a história de Marion Crane (Janet Leigh), uma secretária que rouba 40 mil dólares da imobiliária onde trabalha para se casar e começar uma nova vida. Durante sua fuga, ela acaba se perdendo e para no velho Bates Motel, administrado por Norman Bates (Anthony Perkins). Sem saber dos perigos que a cercam, Marion decide se hospedar no hotel.

Pra quem gosta dos clássicos


Versões modernas


Versões minimalistas com foco no Bates Motel


Opções engraçadas


Versões minimalistas com foco na famosa cena do chuveiro






quarta-feira, 18 de março de 2015

Comemore! Nós voltamos!


É isso mesmo, a agência Caos está de volta. Depois de férias prolongadas, fim da faculdade e algum tempo livre, os posts estarão novamente nas suas atualizações!

Os conteúdos já estão sendo preparados: lançamentos, críticas, curiosidades, e um especial sobre serial killers que vai te deixar especialista no assunto!

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terça-feira, 20 de novembro de 2012

"O Assassino de Beldades" está no ar!


Ontem, na PUCPR, aconteceu a estréia do nosso novo curta: O Assassino de Beldades. Todos nós estamos muito felizes com o resultado! Foram 5 dias inteiros (literalmente) de gravação e 17 horas (exatas) de edição.

Nosso curta é baseado na história do serial killer Harvey Glatman, que na década de 50 aterrorizou jovens que sonhavam em ser modelos.

Harvey atraía moças com uma proposta de trabalho que lhes custaria a vida: tirar fotos amarradas e amordaçadas para uma revista policial. Quando elas já estavam bem presas o serial killer agia: as violentava, levava para o deserto e enforcava-as.


Nosso maior desafio foi mostrar essas cenas de maneira mais sutil possível, trabalhando com sombras e detalhes do momento.

As músicas foram outro detalhe a parte. Como base da história, usamos uma caixinha de música como simbolo da inocência, e a bailarina era sempre desfocada, para que o rosto representasse todas as meninas juntamente com a rosa no fundo. Além disso, a cena final representa um encerramento brusco de toda vida e  encanto das modelos.


Outra escolha representativa foi a do cantor Elvis, que em 1958, ano em que Harvey fez sua primeira vítima,  estava em todas as paradas musicais. A música clássica, de Vivaldi, foi escolhida para representar o tormento final de Harvey e suas angústias.

O filme tem apenas um diálogo final. Uma curiosidade: são as falas originais de um depoimento de Harvey a polícia. Esse foi um dos motivos que nos levou a deixar na língua original: em inglês.

Na próxima semana postaremos os vídeos do making off e mais curiosidades sobre o nosso curta! Assista agora "O Assassino de Beldades"

http://www.youtube.com/watch?v=WxozlKx9EX0

Camila Galvão